sábado, 2 de julho de 2016

Primeiras Impressões: Série "Slasher"


Parece que fazer séries de TV do gênero Slasher realmente está na moda. Depois de "Scream" série baseada na franquia do cinema Pânico, e da nova série dos criadores de "Glee"Ryan Murphy, Brad Falchuk e Iann Brennan, "Scream Queens", ambas as séries renovadas para segundas temporadas, inclusive "Scream" já está passando na TV Americana e já está sendo disponibilizada pela Netflix, foi a vez do canal americano Chiller, especializado em programação de horror, suspense e thrillers, levar ao ar sua primeira série original e do gênero "Slasher". A série recebeu críticas positivas dos críticos americanos que destacaram em especial o elenco e as mortes sangrentas. Eu assisti os primeiros quatro episódios da série. E agora conto pra vocês o que achei. 

"Slasher" conta a história de Sarah Bennett (Katie McGrath) cujos os pais foram brutalmente mortos no Hallowen de 1988, por um assassino mascarado, vestido de carrasco, sendo ela a única sobrevivente. 28 anos depois Sarah junto com seu marido Dylan (Brandon Jay McLaren) volta a sua cidade natal, para morar na mesma casa onde seus pais foram mortos. Com a chegada de Sarah a cidade, uma nova onda de crimes começa a ocorrer por um novo assassino que também usa uma roupa de carrasco. E de alguma forma Sarah se vê envolvida em cada um dos crimes.


Como deu pra perceber a série não trás nada de novo. É a mesma história que já vimos em vários filmes e séries do gênero. E os clichês estão todos ali e usados com exaustão. Cidade pacata e pequena que é aterrorizada por um assassino mascarado. Os motivos dos crimes são religiosos e cometidos com base nos pecados capitais. Temos a mocinha com traumas e sai sozinha a noite. Sombras que aparecem no fundo. Barulhos que chamam atenção ao fundo. Personagens que se separam. Pessoas que aparecem do nada e causam um enorme susto. E segredos guaradados por todos os personagens. Todos os clichês estão ali. Mas não que isso seja ruim. Na verdade eles são bem utilizados. Os clichês não são artificiais e você os compra. Eles são muito bem utilizados mesmo que com exaustão. Funcionam muito bem.

Mas, a série não é perfeita. Tem vários problemas em especial no enredo. Quando em sã consciência uma pessoa voltaria para casa onde seus pais foram brutalmente assassinados? Essa história não colou, principalmente quando o marido deixa o emprego na cidade para trabalhar no único jornal da cidade cujo a manchete de capa é a volta da esposa a cidade depois de 28 anos. Outra coisa é a "amizade" de Sara com Tom Winston (Patrick Garrow) o assassino de seus pais. Sim, "amizade", do nada Sarah resolve dar uma de Clarice Starling, e pede ajuda a um psicopata, e não qualquer psicopata, mas o assassino dos pais, para poder pegar o novo Carrasco. Outra coisa que incomoda é o fato de começarem a criar problemas entre os casais da série para que possam forçar um romance entre Sarah e Cam (Steve Byers), o policial amigo de infância de Sarah.


Mas talvez o maior acerto da série é mudar o gênero Slasher. O gênero é marcado por personagens jovens, adolescentes, cheios de dúvidas e incertezas que a adolescência trás, disputas para saber quem é a mais popular, quem vai ficar com aquele(a) garoto(a). Aqui não somos apresentados a personagens adultos, maduros, e bem sucedidos. Nada de gritos estridentes quando aparece um corpo ou o carrasco aparece, nada disso. Os personagens são bem resolvidos. Todos têm empregos, carros, casas e uma vida bem estabelecida. O que faz com que aquelas pessoas ali possam realmente existir.

Outro grande acerto da série foi a escolha de seus atores. O elenco foi muito bem escolhido. Com destaque para Katie McGrath (Sarah) que faz uma mocinha que embora tenha traumas é forte, determinada e cativante, você se envolve com ela e teme por ela e torce por ela, nada de uma mocinha frágil comum no gênero, Sarah é forte e determinada. Patrick Garrow (Tom Winstom) é outro acerto, é daqueles típicos psicopatas que você nunca sabe se quer te ajudar ou te ferrar, a atuação dele muitas vezes só com o olhar é marcante. Outro destaque é Brandon Jay McLaren que faz Dylan marido de Sarah, ele consegue fazer um personagem cativante com múltiplas facetas e camadas que a cada cena vai se revelando e fazendo com que você queira saber mais dele. Na verdade o elenco como um todo está muito bem. Com exceção talvez de Jessica Sipos (June) que faz a esposa de Cam mas talvez por não ter muito espaço para poder desenvolver sua personagem.



Outro ponto  a favor do filme é a direção dos episódios, Craig David Wallace dirigiu todos os episódios, e mostra segurança e mostra que sabe o que fazer e o que quer fazer. Craig consegue tirar o melhor de seus elenco, nos entregando personagens cheios de camadas que nos faz querer saber cada vez mais sobre eles. A edição também é um caso a parte, de forma dinâmica e com planos sequências espetaculares, nos envolve com a história, e não deixa de nos deixar tensos e com medo do que irá aparecer. O roteiro embora tenha errado em alguns casos como já falei acima, ainda sim é genial em dois aspectos: 1º diferente de quem é o assassino, o roteiro faz te perguntar, quem é o próximo, porque ele será assassinado, qual pecado ele cometeu, e como cometeu. Ele consegue te deixar curioso pra próxima cena e o próximo episódio. 2º as mortes são talvez as mais criativas e angustiantes do gênero. Além da primeira morte ser chocante, temos mortes que inclui esquartejamentos, afogamentos, envenenamento e, pra mim a pior de todas, serpentes. E não são como já foram feitas antes, mas são feitas de forma que você se sinta incomodado e sinta agonia com as mortes. Por exemplo, a morte por envenenamento foi simplesmente genial aforma como foi realizada, causa incômodo, agonia.

Ou seja, com erros e acertos, "Slasher" é uma série muito boa, que vale a pena ser conferida. Ela faz tudo que uma série do gênero deve fazer, te deixa tenso, curioso, e querendo assistir o próximo episódio para saber onde aquilo vai chegar e quem será o próximo, e qual pecado ele cometeu, e como será sua punição, na verdade saber quem é o assassino é só um detalhe que talvez nem te faça querer assistir a série até o fim. Vale muito a pena conferir a série, principalmente se você é fã do gênero Slasher, porque embora esteja recheados de clichês  dá um novo fôlego ao gênero e quem sabe isso não crie novas regras e novos caminhos ao gênero Slasher que está tão batido e desgastado.




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