quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Open Grave



"Open Grave" é um filme dirigido por Gonzalo López-Gallego (Apolo 18), e tem no elenco formado por ilustres desconhecidos do grande público: Sharlto Copley (Elysium e Distrito 9), Erin Richards (da série Gotham), Joseph Morgan (das séries The Vimpire Diaries e The Originals), Thomas Kretschmann (O Pianista, King Kong e O Procurado) Josie Ho e Max Wrosttley. E essa talvez seja a grande virtude no filme, contar com um elenco desconhecido.

O filme começa com um desconhecido (Copley) acordando em um imenso buraco cheio de corpos. Ao acordar ele não sabe quem é, o que faz ali e pior ainda se ele é o responsável por aquelas pessoas estarem mortas. Uma garota muda (Ho) então joga uma corda para salvá-lo, o que o leva a encontrar  uma casa no meio do nada com mais quatro pessoas (Richards, Morgan, Kretschmann e Wrosttley), que assim como ele, não se lembram quem são, porque estão ali, se estão ligados entre si, se têm alguma coisa a ver com a grande cova aberta, não sabem nada. A única coisa que sabem, são seus nomes, isso porque ainda estão com seus documentos. A partir daí começamos a acompanhar a luta dos cinco para descobrir quem são, o que estão fazendo ali e quais são os perigos que os aguarda.



Não posso dar mais detalhes do filme porque esse é daqueles filmes que quanto menos souber melhor é. Mas posso adiantar que esse é um filme tenso, do começo até quase no fim. E uma das maiores virtudes do filme  é o fato de não conhecermos os atores, e com isso nos tornamos seus cúmplices. Não sabemos nada deles apenas temos a impressão de que já os vimos mas não sabemos onde. O fato de não termos nenhum detalhe sobre o passado deles e começarmos a descobrir a história deles juntos com eles ajuda a criar um laço com os personagens que faz com que desconfiemos e torçamos por eles, que achemos que um é o bandido o outro é o mocinho e vice versa. Isso porque passamos a saber das coisas aos poucos em alguns flashes que não  mostram nada ou quase nada, o que nos fazem tirar conclusões que nem sempre são corretas. Essa é a maior virtude do filme e de seu roteiro revelar as coisas de forma lenta e desencontrada.

Outro ponto positivo do filme se dá no fato de o diretor e roteiristas não abusarem dos clichês comuns dos filmes de terror e suspense. Isso contribui para que o filme seja tão tenso, porque você não sabe o que vai aparecer e como vai aparecer. Na verdade há momentos que você fica esperando algo surgir na tela e nada aparece, o que aumenta a tensão. Outro destaque positivo do filme é a falta de trilha sonora, praticamente em todo o filme ouvimos apenas os sons diegéticos do ambiente, ou seja, que os personagens estão ouvindo. E quando a trilha sonora é usada, é de forma tão discreta que só contribui para o clima de tensão que o roteiro criou.



Mas o grande problema do filme é justamente uma de susas virtudes: a tensão criada. O filme vai construindo a tensão de forma genial. Tensão essa que só vai crescendo no decorrer do filme. Mas, infelizmente em algum ponto do filme, o diretor não soube aproveitar o que tinha nas mãos. E a tensão, criada de forma magistral, vai se esvaindo, nos levando a uma conclusão fraca e bem abaixo de tudo aquilo que já tinhamos visto até aquela momento. O diretor simplesmente perdeu o controle da história, e o com isso o filme caiu, e muito, de qualidade. Outra coisa que me incomodou foi o final auto explicativo. Talvez se tivessem deixado o final em aberto, ou até memos explicado mas de forma mais concisa, por deixar explícito apenas o que já tínhamos visto em cena e o restante para nossas próprias conclusões, o final provavelmente seria mais satisfatório.

Com isso o que poderia ser um grande filme independente de suspense com toques de terror, acaba se tornando um filme mediano, que agrada em quase toda a projeção do filme, mas que ao chegar ao final se torna uma grande decepção.

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